quarta-feira, 20 de julho de 2011

Questionamentos a volta.. paralelo junto.

Algumas atividades paralelas me acercaram, a minha ida a Mataró em um trem que passa por toda a costeira do mar, foi acompanhada do livro “Como viver junto” de Roland Barthes, revisitei esse livro para refletir sobre a ideia de rede, dialogando com o tema do livro, onde Barthes fala de espaços, e modos de viver em comunidade, desde os monges que se aparta de um modo de vida mais social, até a chegada do comercio e necessidade de viver em comunidade, Barthes vai relatando diferentes povos entre o tema viver junto e viver só. 

Um seminário de Mar Garcia, organizada pela Universidade Autônoma de Barcelona, na Casa Convalescência, fui seduzida pelo tema “Tecer fil, incorporant l´etnia” levantou o tema alteridade, sobre o olhar de fora como algo exótico, fez uma critica ao human zoos, em uma negativa idealização, a animalidade entre os extremos, a alta da etnografia do séc. XIX, e era pós-colonial, ex-colonizado = observador, os ismos fictícios, e do comércio da alteridade, vitrine de artes primitivas. Dentro desse contexto foi uma reflexão de vários modos de relação de poder.
Mas também o tema do seminário do outro dia “Segon fil Fer del plural el nostre lloc per viere, sexualitats”, trouxe discussões complementares, com  Mª Teresa Vera e Mª Antonia Massanet, aqui  falaram da formação de identidade, o tema sexualidade levantada por foucalt, das instâncias de poder que regulam o corpo, da identidade, da necessidade de reconhecer, e a fala do corpo. Fazem uma critica ao poder binário, a norma heterossexual, mulher como uma categoria sexual, encerram falando de múltiplos, da intersexualidade, da hermafrodit, e aumentando para o freak, circo de horrores e anormalidades.

Para completar a temporada de temas, dois dias de encontro no auditório do MACBA “Jornadas cuerpo, Memoria i representación” diálogo com Adriana Cavarero e Judith Butler duas grandes filosofa e militantes feministas. Butler falou de sua pesquisa, que resumo nessa pequena frase “Corpos que somos”, do ser, singular, e da coabitação, valores judio, fronteiras linguísticas e espaciais, ética ocidental católica, e reivindicação, racismo e precariedade dos povos, a destruição da própria liberdade, colonizadores e exploradores, a corporeidade. “A vida que não é a nossa vida, também é a nossa vida”, para deixar aberta a algumas discussões levantadas por ela. Butler trás um mar de questionamentos aos referidos temas, precariedade e vulnerabilidade, sustentabilidade e coabitação, fala de vida em coletivos, vida sem corpo, proximidades e do não-local, atemporal, dificuldade de proximidade, limites em nível nacional,  e fecho aqui com uma pequena frase que sai de Cavarero “Atuar juntos”.
Cavarero apresenta sua pesquisa, pautada no tema Vulnerabilidade, já levantando a discussão da dependência entre mães e filhos, o cuidar e a relação continua de afetos, a falta de autonomia, recorda de imagens como 11 de setembro para representar distintivos políticos, a auto-preservação: matar para não matarem fazendo uma comparação com uns do mandamento: não matará, do catolicismo, em geral falando do outro que nos afeta, desde o homem guerreiro até a mulher maternal.

Foi uma semana de grandes contribuições temáticas, para instigar o projeto Mecha em Tramas, provocando e incorporando questionamentos que estão a sua volta.

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